quarta-feira, 30 de março de 2011

SEM UM RUMO

SEM UM RUMO

Não sou mais, o que eu escrevo,
meu acervo de palavras,
virou cervo de inverdades
e perdeu toda magia.

A poesia é agora uma escrava,
deste fútil sentimento,
que desbrava minha alma,
numa subta partida,
que inibe minha calma.

Sou tomado pelo medo,
já não falo o que penso,
e o meu senso de decência,
foi banido no passado.

Pois não digo o que sinto,
hoje minto em demasia,
sou apenas este mito,
na insensata hipocrisia.

Sem nenhuma qualidade,
desprovido de vaidade,
na escrita laureada,
pelo pleno ostracismo.

De um cinismo desigual,
ao escrever pra agradar,
e não amar,
o que eu escrevo.


CLAUDIO F SANTOS

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